Aqui há cerca de quatro anos os autoproclamados “partidos democráticos” quiseram dar a mão aos chamados “renovadores” do Partido Comunista e julgaram que o conseguiriam legislando no sentido de proibir as votações de braço no ar (que o PCP usava nos seus congressos) pensando que com isso libertariam os opositores internos do PCP do medo que a votação de braço no ar lhes provocava dando-lhes a oportunidade de, no anonimato do voto secreto, poderem derrotar as teses da direcção do partido.
Como se sabe, a alteração da forma de votar nada de novo trouxe aos congressos do PCP. E os “renovadores” desaparecem um por um a ponto de já há muito tempo se ter deixado de falar deles.
Pois bem, hoje surge-nos a notícia de que delegados ao congresso deste fim-de-semana do PSD - partido mais que “democrata”, como bem sabemos – estão a exigir que as votações para a alteração dos estatutos do PSD se façam de braço no ar.
Dá para acreditar?
Claro que dá!
O oportunismo e o golpismo político; a falta de memória; a falta de seriedade de políticos desta praça explicam facilmente este incrível desejo de “inversão democrática” da forma de expressão do voto.