sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
UMA AUTÊNTICA BOMBA
O Prémio Nobel da Literatura deste ano, o escritor Inglês, Harold Pinter, acaba de desferir, contra a América de Bush e o Reino Unido de Balir, o mais mortífero soco no estômago que alguma vez alguém concebeu à face da Terra.
No seu discurso de aceitação do Prémio, apresentado à Academia Sueca, Harold Pinter foi terrivelmente demolidor contra a política externa americana - a de ontem e a de hoje, esta protagonizada por George Bush .
E condenou severamente o seguidismo canino dos seus irmãos britânicos em que o expoente máximo é hoje o primeiro-ministro Tony Blair.
O discurso de Pinter é uma peça analítica de uma qualidade e de uma consistência ideológica e moral únicas. É um libelo acusatório gravíssimo e seríssimo que não deixa à América, a Bush e a Blair, a mais pequena oportunidade de defesa ou escapatória – tal a clareza dos argumentos expendidos, dos exemplos práticos históricos apresentados - tal a clareza com que retrata os crimes que imputa à América.
No fim do seu discurso, Pinter é sublimemente cáustico e de uma ironia que raia o insulto e constitui uma punição dos que chama criminosos.
Com efeito, propôs-se escrever uma comunicação à nação para George Bush ler na televisão aos americanos.
«I know that President Bush has many extremely competent speech writers but I would like to volunteer for the job myself. I propose the following short address which he can make on television to the nation. I see him grave, hair carefully combed, serious, winning, sincere, often beguiling, sometimes employing a wry smile, curiously attractive, a man's man.»
«'God is good. God is great. God is good. My God is good. Bin Laden's God is bad. His is a bad God. Saddam's God was bad, except he didn't have one. He was a barbarian. We are not barbarians. We don't chop people's heads off. We believe in freedom. So does God. I am not a barbarian. I am the democratically elected leader of a freedom-loving democracy. We are a compassionate society. We give compassionate electrocution and compassionate lethal injection. We are a great nation. I am not a dictator. He is. I am not a barbarian. He is. And he is. They all are. I possess moral authority. You see this fist? This is my moral authority. And don't you forget it.'»
O que dirão os pachecos e delgados do discurso de Harold Pinter?
Clique aqui e leia o texto completo do discurso de Pinter.