sábado, 6 de agosto de 2005

O DIA DA BARBÁRIE



A 6 de Agosto de 1945, faz hoje precisamente sessenta anos, os Estados Unidos inauguraram à escala planetária o uso das armas de destruição massiva que tanto fingem querer combater agora.

Com efeito, nesse dia, de bordo do avião militar, Enola Gay, era lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima e os seus inocentes habitantes a primeira bomba atómica que causou um dos maiores holocaustos até hoje vistos ao cimo da Terra - quarenta mil mortos (40.000). Há documentos que falam em oitenta mil.

Não contentes com essa barbárie inominável, os americanos repetiram a dose, passados dois dias, sobre a cidade japonesa de Nagasaki, provocando mais trinta mil (30.000) vítimas inocentes. Há também documentos que falam em setenta mil.

Serve esta lembrança não para comemorar o incomemorável, mas tão simplesmente para relembrar que a barbárie e o terrorismo têm raízes bem profundas, raízes que chegam bem longe onde certas mentes teimam em não querer chegar.

Tentou-se justificar a atitude americana - e tenta-se ainda hoje fazê-lo pois há quem nunca consiga engolir essa justificação - com o desespero que se apoderara da nação quando os kamikases japoneses fizeram despejar os seus aviões de combate, carregados de explosivos, sobre a esquadra americana do Pacífico (um alvo inteiramente militar).

Mas essa tentativa de justificação leva-nos a fazer algumas perguntas:

- Quanto desespero não estará na base dos inaceitáveis e condenáveis actos terroristas a que temos vindo a assistir desde a invasão do Iraque até hoje? (Isso para não irmos mais longe).

- Vamos por isso aceitar o terrorismo? Não!!!

Condenemos então a barbárie americana no Japão.

- Ou teremos que admitir que há desesperos legítimos e desesperos ilegítimos?