Confesso que quando publiquei aqui a fotografia do miúdo transportando peixe à cabeça (ver mais abaixo) para ganhar o suã para alimentação da família, eu pensava que essa prática se tinha extinto com a independência de Cabo Verde. Mas Rui Guilherme veio provar(-me) aqui que as dificuldades dos tempos idos de sessenta se mantiveram ainda até pelo menos 1999. Só espero que a contrapartida de tal tarefa já fosse outra nessa altura. Isto é o meu orgulho de cabo-verdiano a falar.
Quanto a barões trepadores, claro que sempre os houve e haverá em grandes quantidades na ilha do Fogo. Subir, mesmo que seja apenas a uma árvore, é o apelo irresistível de qualquer miúdo da ilha do vulcão: não nos contentamos em observar a humanidade ao nível rasteiro em que ela normalmente vive. Não é por acaso que existe a célebérrima frase «Djarfogo pâ riba tudo». E não foi por acaso que a fotografia de Bila Baxo (aqui em baixo) foi tirada de cima para baixo. É uma propensão quase genética: não há volta a dar-lhe.