sábado, 1 de janeiro de 2005
UMA PAUSA DO BARÃO TREPADOR
No dia do meu segundo aniversário desci por instantes das árvores para ser imortalizado pela Leica manual do meu tio, Joaquim Monteiro de Macedo.
A pose inocente não disfarça, contudo, o olhar mortífero de um blogueiro potencial.
Com uma cabeçorra enorme para a idade - o artesão contratado por meu pai, para confecionar um capacete colonial de miolo de cana de milho, revestido de Kaki, falhara a estimativa do meu perímetro cefálico e perante o fracasso em contribuir para me abrigar do sol inclemente, pois o capacete ficava-me no cocuruto, só dizia: «esta cabeça afinal não é a de um miúdo, caramba» - eu sei o que todos pensavam: «ou ele sofre de hidrocefalia, ou então tem mesmo um cérebro grande demais para uma criança desta idade».
Para ser do Sporting; regressar de Macau quando podia lá continuar a trabalhar; suportar sem morrer um Governo Santana Lopes ; e dar em blogueiro… se calhar era mesmo hidrocefalia que eu tinha.