INTERVENÇÃO VIGÉSIMA SÉTIMA:
A força do preconceito:
A força do preconceito:
Para Principiar adequadamente esta nossa “posta”, vamos partir de um elucidativo paradoxo (asserção na sua acepção imediata contrária a uma opinião usualmente aceite), paradoxo esse incarnado nas atitudes e nas condutas denominadas “racistas”, observáveis presentemente, que, aliás, dá bastante que pensar. Sim, efectivamente, estamos ante um paradoxo de um racismo não biologisante, não explícito, nem quiçá identicamente concebível no âmbito de uma diferença de raça. E, que, por outro, aparece às vezes sem referência, tão pouco à tese de desigualdade, que, outrossim, já não admite uma classificação hierárquica dos “tipos” ou dos grupos humanos. Eis porque, desde alguns anos, o vocábulo “racismo” aparece amiúde escrito e apresentado entre aspas nos discursos eruditos isto com bastante legitimidade, como corolário lógico de um labor de desconstrução deste “ismo” utilizado imoderadamente.
Destarte, no âmbito desta dinâmica, se nos afigura pertinente consignar que o carácter singular do lexema “racismo” deve ser posto em dúvida, por motivos e razões, assaz óbvios. Donde, outrossim, aliás, se pode e se deve aventar a hipótese que existe racismos. E, à consideração da pluralidade dos racismos se acrescenta a do seu carácter “evolutivo”. Ou seja, evidentemente que o polimorfismo do que se denomina “o racismo”parece ser inseparável das suas metamorfoses.
E, prosseguindo assertivamente, perante o racismo, quando flagrante, parecendo, ipso facto, intolerável, impõe-se, concomitantemente envidar explicá-lo como um facto e combatê-lo como um autêntico opróbrio. Tentar, outrossim e, ainda conhecê-lo e compreendê-lo e, simultaneamente se esforçar, o máximo em reduzi-lo ou a neutralizá-lo, de molde eficaz. Também, se impõe tentar compreender a sua persistência e a sua resistência à crítica, à indignação moral consensual e às medidas práticas que o tem em mira.
Com efeito, para quem não o admite e o combate consequentemente, o racismo se apresenta, por conseguinte, concomitantemente, como um objecto, até mesmo, um verdadeiro desafio para o pensamento e, enfim, um domínio de luta para a acção. Sim, efectivamente, para a acção política e moral, pois que, o mal racista é, à primeira vista e, antes de tudo o que não deveria ser (não deveria existir), melhor dito, já não deveria suceder, absolutamente. E, eis porque, deve, em conformidade, ser combatido acérrima e pertinazmente.
De anotar, todavia, que a dificuldade, neste caso, em concreto, consiste, seguramente em suprimir a violência, sem, no entanto, provocar uma nova violência, para não acrescentar à aquela, evidentemente. No fundo, no fundo, o fim prático é a subtracção da taxa de sofrimento no Mundo; do sofrimento injusto ou injustificado e, não desta dimensão do sofrimento, fazendo parte da condição humana. Leia-se, obviamente, sofrimento metafísico. Na verdade, mais precisamente o trabalho do progresso consiste em suprimir no sofrimento o inútil. Eis, com efeito, o que justifica a luta ética, jurídica e política contra o mal, em que o racismo constitui um símbolo.
E, em jeito de remate percuciente e oportuno:
Antes de mais, se impõe questionar, com o verdadeiro sentido de responsabilidade, ou seja: Onde se situa precisamente o desígnio moral? Com certeza e, sem sombra de dúvida, na exigência que sejam abolidas os sofrimentos infligidos ao homem pelo próprio homem, evidentemente.
Donde e daí a importância dos deveres no âmbito do desígnio universal: Repúdio da tortura, da escravatura, da xenofobia, do racismo, da exploração sexual das crianças ou dos adultos, etc.
E, vendo bem com olhos de ver, de feito, o dever anti-racista é apenas uma especificação do dever de lutar contra todas as formas de violência inter-humana. E, eis porque, a tarefa não é nem simples e nem fácil, porquanto o racismo não sendo um fenómeno nem estável e nem homogéneo, a luta contra o racismo não pode ser edificada sobre uma estratégia única. Esta (referindo-se, obviamente à estratégia em si) passa por análise crítica das representações anti-racistas do “racismo”, não unicamente na linguagem ordinária, porém ainda e, sobretudo nos trabalhos eruditos, em que certos resultados provisórios e discutíveis não cessaram de alimentar o discurso anti-racista militante e de orientar a luta organizada contra o racismo.
Destarte, no âmbito desta dinâmica, se nos afigura pertinente consignar que o carácter singular do lexema “racismo” deve ser posto em dúvida, por motivos e razões, assaz óbvios. Donde, outrossim, aliás, se pode e se deve aventar a hipótese que existe racismos. E, à consideração da pluralidade dos racismos se acrescenta a do seu carácter “evolutivo”. Ou seja, evidentemente que o polimorfismo do que se denomina “o racismo”parece ser inseparável das suas metamorfoses.
E, prosseguindo assertivamente, perante o racismo, quando flagrante, parecendo, ipso facto, intolerável, impõe-se, concomitantemente envidar explicá-lo como um facto e combatê-lo como um autêntico opróbrio. Tentar, outrossim e, ainda conhecê-lo e compreendê-lo e, simultaneamente se esforçar, o máximo em reduzi-lo ou a neutralizá-lo, de molde eficaz. Também, se impõe tentar compreender a sua persistência e a sua resistência à crítica, à indignação moral consensual e às medidas práticas que o tem em mira.
Com efeito, para quem não o admite e o combate consequentemente, o racismo se apresenta, por conseguinte, concomitantemente, como um objecto, até mesmo, um verdadeiro desafio para o pensamento e, enfim, um domínio de luta para a acção. Sim, efectivamente, para a acção política e moral, pois que, o mal racista é, à primeira vista e, antes de tudo o que não deveria ser (não deveria existir), melhor dito, já não deveria suceder, absolutamente. E, eis porque, deve, em conformidade, ser combatido acérrima e pertinazmente.
De anotar, todavia, que a dificuldade, neste caso, em concreto, consiste, seguramente em suprimir a violência, sem, no entanto, provocar uma nova violência, para não acrescentar à aquela, evidentemente. No fundo, no fundo, o fim prático é a subtracção da taxa de sofrimento no Mundo; do sofrimento injusto ou injustificado e, não desta dimensão do sofrimento, fazendo parte da condição humana. Leia-se, obviamente, sofrimento metafísico. Na verdade, mais precisamente o trabalho do progresso consiste em suprimir no sofrimento o inútil. Eis, com efeito, o que justifica a luta ética, jurídica e política contra o mal, em que o racismo constitui um símbolo.
E, em jeito de remate percuciente e oportuno:
Antes de mais, se impõe questionar, com o verdadeiro sentido de responsabilidade, ou seja: Onde se situa precisamente o desígnio moral? Com certeza e, sem sombra de dúvida, na exigência que sejam abolidas os sofrimentos infligidos ao homem pelo próprio homem, evidentemente.
Donde e daí a importância dos deveres no âmbito do desígnio universal: Repúdio da tortura, da escravatura, da xenofobia, do racismo, da exploração sexual das crianças ou dos adultos, etc.
E, vendo bem com olhos de ver, de feito, o dever anti-racista é apenas uma especificação do dever de lutar contra todas as formas de violência inter-humana. E, eis porque, a tarefa não é nem simples e nem fácil, porquanto o racismo não sendo um fenómeno nem estável e nem homogéneo, a luta contra o racismo não pode ser edificada sobre uma estratégia única. Esta (referindo-se, obviamente à estratégia em si) passa por análise crítica das representações anti-racistas do “racismo”, não unicamente na linguagem ordinária, porém ainda e, sobretudo nos trabalhos eruditos, em que certos resultados provisórios e discutíveis não cessaram de alimentar o discurso anti-racista militante e de orientar a luta organizada contra o racismo.
Lisboa, 14 Março 2009
KWAME KONDÉ
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KWAME KONDÉ
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