quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

KWAME KONDÉ

INTERVENÇÃO VIGÉSIMA:

(I) Face ao perigo que representa o “dumping social” provocado pela globalização neoliberal e o seu corolário lógico, a livre troca desestruturadora, urgente se afigura implantar medidas consentâneas e consequentes de protecção efectiva e segura, obviamente. Trata-se, efectivamente da sobrevivência, aproximadamente, de dois séculos, de benefícios sociais e de direito do trabalho arrancados ao capitalismo pela luta dos trabalhadores conscientes e ciosos dos seus autênticos direitos, humanamente exprimindo.

(II) A isto se deve acrescentar uma dimensão ética, visando restituir ao comércio o seu sentido original que é, na verdade, a colocação em conexão povos uns com os outros e já não fazer disso uma máquina de guerra sem alma nas mãos das multinacionais.


Donde e daí, no âmbito desta dinâmica, se impõe, ipso facto, implantar, o mais célere possível, com uma eficácia adequada e segura, as seguintes medidas, designadamente:
a) Sair, o mais urgente possível, da Organização Mundial do Comércio (OMC), esta Instituição não democrática, ao serviço de interesses particulares.
b) Restituir sentido às permutas comerciais por acordos bilaterais (de país a país) entre representantes de cada povo, eleitos democraticamente e os representantes de outros povos (demais outorgantes) todos outrossim, democraticamente eleitos.
c) Restabelecer barreiras alfandegárias para as mercadorias provenientes de países, onde o nível de remuneração e de protecção social, até mesmo a ausência de direito do trabalho, constituem um abuso concorrencial.
d) Penalizar comercialmente os Estados não democráticos ou, outrossim e, então, que não respeitam os Direitos do Homem, envidando assertivamente tudo que for necessário, para ajudar as suas oposições democráticas na conquista do poder, em bases legítimas e, consequentemente conducente à edificação de Estados, rumando, ipso facto, na real Senda do Modelo de Sociedade que privilegia o Ser em detrimento do ter, obviamente.
e) Implantar, avisadamente, as barreiras aduaneiras adaptadas, o tempo necessário, para a reconstrução dos pólos que cada Estado terá soberanamente decidido reputar como estratégicos para o seu futuro.

(III) E, rematando, lucidamente, não há dúvida nenhuma, que a livre troca e o Proteccionismo não são aqui, nem uma, nem outro, investidos como uma doutrina ou um fim em si, unicamente, porém, meios de acção para combater (ou, pelo menos, refrear) os efeitos funestos e calamitosos do Capitalismo internacional, visando outrossim e, sobretudo estabelecer um Comércio ético e equitativo entre os Povos, assumidamente.


Lisboa, 27 Janeiro 2009
KWAME KONDÉ