quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

(XXXII) Alors que faire?

Prática de ACTUAÇÃO TRIGÉSIMA SEGUNDA:

Ser culto es el único modo de ser libre
José MARTÍ (1853-1895) 

Continuação da Posta anterior:

(1)           Como deixamos a entender na posta anterior (na verdade), a mafia tende a substituir a burguesia e (a fortiori), o capitalismo torna-se (fundamentalmente), mafioso (concretamente), à partir do instante em que o desencanto do Mundo se cumpriu! Donde e daí, já não há mais relativo, mas absoluto! Sim (efetivamente), já não há re-encanto relativo, em e para a modernidade burguesa. No desencanto absoluto, a o poder dos poderosos joga-se (sem consistência), sem conexão, seja qual for o ostium, sem a menor crença e (por conseguinte), o cinismo absoluto. Sem fé nem lei!
(2)           De sublinhar (antes de mais), com efeito, que é na era deste capitalismo mafioso, que se vê desenvolver a mentira do Estado sistemático, a política pulsional e a defesa do consumidor aditiva induzidos pelo populismo industrial. Na verdade, se o fascismo é uma enfermidade do capitalismo burguês (superveniente), como o sinal percursor do desencanto absoluto, o devir mafioso do capitalismo não é um acidente (mais ou menos), epi-fenomenal. Ou seja: É o funcionamento normal e ordinário desse capitalismo. A este respeito, o “Passo-Coelhismo” não é , infelizmente, uma mera ressurgência do “Cavaquismo”. Sim (efetivamente), é muito mais grave, mais complexo e mais difícil a pensar que esta vetusta cantiga/lengalenga!

(3)           No meio de tudo isto, o que se afigura (aliás, o é deveras preocupante), é que as classes médias estão em vias de desaparecimento porque (elas), são proletarizadas pelo desenvolvimento desta enfermidade, que é na verdade a defesa do consumidor, assumida de modo exacerbado e assaz deletério. Isto não quer dizer (no entanto), que as classes médias estão empobrecidas. É o contrário disso mesmo! Ou seja: Isto significa, que as classes médias cessaram (definitivamente), de se confundir com a pequena burguesia (não por empobrecimento), mas, sim (efetivamente), por miséria simbólica e proletarização estética e noética/racional!
(4)           E, precisando, ainda mais, as ideias avançadas, vale a pena referenciar, que a pequena burguesia, conquanto (ela), não seja rica, pertence (contudo), à burguesia porque (ela) acede à um para além da sua subsistência e se emancipa da pura necessidade de reproduzir a sua força de trabalho e se libera por isso do puro negotium. Ou seja: De um comércio (integralmente), calculável! O pequeno burguês pode ser amador de música! O que outrora era o privilégio da nobreza tornou-se (por excelência), o da burguesia no século XIX (ulteriormente), o da pequena burguesia.
(5)           É, o que (aliás), foi liquidado pelo consumismo desenfreado que se estendeu à todas as classes sociais. De feito, o consumismo transforma tudo em necessidade. Ou seja: Em subsistência e liquida o desejo, isto é, os objetos do ostium e da sublimação (inclusive), para concentrar na alta burguesia, que (destarte), se torna numa mafia.
(6)           Ora é a reabertura desta dimensão, que é a das consistências, para que tendem as economias libidinosas e políticas, fruto da contribuição que se reconstitui, nos meios associados. De sublinhar, que (unicamente), o ostium pode reconstituir o crédito. Ou seja: Uma economia, visto que só há economia projetada no âmbito de um investimento. O que prova (aliás), no estado de facto de retenção contemporâneo a questão da protensão (leia-se, na peugada de EDMUND HUSSERL: A nossa percepção do instante seguinte, ao contrário de retenção, que é o momento imediato...). Eis porque (destarte), a economia, libidinosa ou política é (sempre), uma economia da protensão!
Lisboa, 14 Fevereiro 2012
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).