domingo, 29 de novembro de 2009

OH NÃO!...

Suponhamos que você desconta para a Caixa Geral de Aposentações (Funcionários Públicos e equiparados) e tem uma carreira contributiva inferior à exigida para uma pensão completa, sendo ainda a sua idade inferior aos 65 anos exigidos para essa mesma pensão completa;

Suponhamos ainda que a conjugação daqueles dois factores lhe permite pedir reforma “antecipada” Sem Penalizações;

Pois bem:

Se pedir a reforma até ao dia 31 de Dezembro próximo, terá uma pensão com determinado valor;

Se entretanto resolver trabalhar mais uns mesitos (um, dois, onze ou mesmo doze meses) no ano de 2010...

... Suspense!...

Terá uma pensão menor que a deste ano.

Compreendeu?... Não?... Assim-assim?...

Pois!... É só ir aqui e fazer uma simulação que fica esclarecido.

Sai-lhe COCÓ! Como ao outro.
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A ESCOLHA É SUA


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E O ALMOÇO FOI...

FEIJOADA!!!...


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"AS TIME GOES BY”



[…]
You must remember this
A kiss is just a kiss, a sigh is just a sigh.
The fundamental things apply
As time goes by.


[...]
It's still the same old story
A fight for love and glory
A case of do or die.
The world will always welcome lovers
As time goes by.

Oh yes, the world will always welcome lovers
As time goes by.


[Letra de Herman Hupfeld para o filme Casablanca]


BOM DIA!
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sábado, 28 de novembro de 2009

ELOCUBRAÇÃO DÉCIMA QUINTA:

(1) A lei natural é a própria vida do Homem,
Que tende para a sua plenitude.
(2) Declarações de Princípio: “Não percebeis que
Tudo quanto de fora entra no Homem não pode torná-lo
Impuro, porque não penetra no seu coração, mas no ventre
E depois é expelido em lugar próprio?” (Mc 7,18-19). “Que
Ninguém vos condene pela comida ou pela bebida. […]
Porque vos submeteis a essas prescrições? […] “Não tomes, não proves, não toques…”, proibições que se tornam perniciosas pelo
Uso que delas se faz e que não passam de preceitos doutrinais
Dos Homens! Têm, na verdade, uma aparência de sabedoria, pela
Afectada piedade, humildade e severidade para com o corpo,
Mas não têm nenhum valor real e só servem para satisfazer a carne” (Cl 2,16. 20-23).
Enfim, tudo que produz e cria a Mãe Natureza é Bom
E não é para desprezar.

Demais, a lei Natural, escrita nas tendências humanas
Fundamentais e conhecida pela razão,
Indica a direcção de Crescimento da Pessoa Humana.


(I)
COMER participa da Ética da Moral. Existe uma moral dos banquetes e das orgias, ou seja, um conjunto de valores e de normas de acção (não escritas) que são prescritas aos cidadãos, aquando dos festejos privados e públicos pelas Instituições Socais (Família, Igrejas, Estado). Esta moral da festa tende a suscitar ela própria, em cada indivíduo, modos de ser e de fazer, “moralidades de comportamentos” que podem ser conscientes ou inconscientes.
Com efeito, a Ética Individual é a forma em que cada cidadão se integra no corpus de prescrições (em vigor) e se constitui livremente como sujeito moral do grande Código Social.
No âmbito desta dinâmica, vale a pena, trazer à colação a Ética alimentar d’Antou (oriunda da célebre canção do grupo da Costa de Marfim, Magic System), uma verdadeira ilustração deste modo de sujeição e, outrossim, da forma como cada cidadão se sente a obrigação de se servir das normas e valores sociais. Esta Ética Negro Africana que se esforça por edificar a sua Vida, uma Obra de Arte tem por substâncias, aliás, os afrodisíacos com o desejo, a concupiscência e a carne. Não se trata, todavia, de uma submissão cega à um Código Moral. É uma Escolha pessoal estética e filosófica.

(II)
COMER é outrossim uma Estética de Si. No contexto Africano é um Acto que elucida vários tipos de morais, radicalmente dissemelhantes, ou seja: Uma Moral do desprovimento que consiste em se conformar, escrupulosamente às Normas Sociais e em obedecer às injunções dos que editam o que deve ser considerado em todas as circunstâncias, como sendo o Comportamento apropriado. No fundo, aliás, uma nova moral Negro Africana virada para a Ética e cujo o Princípio consiste em outorgar prazer, transformando a sua vida, insuflando-lhe, constantemente um desvelo estético. (…).

(III)
Determinados Gostos e Sabores estão associados muito precisamente à uma Atitude Mental ou à uma Ética do Carácter. Enquanto no Ocidente o “doce”, por exemplo, evoca juízos morais, desde meados do século XVII, já, no Sul do Sara, tende a evocar antes uma certa forma de imaturidade, até mesmo de fraqueza e de ingenuidade. Eis porque, “naturalmente” estes gostos e sabores estão reservados às mulheres ou às crianças (lhes fixa só consumir, em público, bebidas doces, mesmo se alcoolizadas). Por conseguinte, as bebidas consumidas pelas mulheres são, geralmente os vinhos cozidos ou licores importados.
Donde, então, o consumo de álcoois “fortes”, que incluem outrossim a cerveja tradicional ou importada como as bebidas exóticas tipo whisky, revela uma adesão aos valores positivos de autoridade, de coragem e de resistência.
De feito, o consumo do “forte” se acompanha, aliás, em geral, refeições muito condimentadas (“apimentadas”), símbolo (eles, outrossim) de poder e de virilidade. Na verdade, esta combinação de “forte” e de “apimentado” constitui, aliás, um ritual de passagem para a idade adulta, a afirmação de uma virilidade indiscutível, a admissão na corte dos adultos. E, quando uma mulher se ousa mostrar uma demasiada propensão para o consumo de licores e iguarias apimentadas, se lhe admira, ao mesmo tempo, que se a receia e se interroga acerca da virilidade do seu parceiro…

(IV)
As bebidas alcoólicas a bolhas como os vinhos espumosos e o champanhe perturbam, até certo ponto, esta norma moral, porquanto a solenidade que se lhe encontra associada transcende as categorizações e as etiquetas sociais. Celebram a alegria de viver e toda a gente tem nisso, em princípio, legítimo direito.
De feito, em virtude, do “princípio de democratização” da Felicidade, é, deste modo, permitido, seja quem for (leia-se, outrossim, qualquer um) fruir (tirar prazer), por exemplo, do bom gosto deste champanhe que encarna o apetite de viver (este valor cardinal comum das Sociedades Africanas).
Demais, o borbulhar das bolhas parece trazer em si próprio, a efervescência e os faustos de uma vida que se pretenderia e se desejaria, quão alegre e quão dinâmica quanto possível. O ruído impetuoso da rolha que salta e que se saúda geralmente, por uma salva de palmas, a transparência solene deste álcool puro e requintado (assaz forte para não ser bebido de um trago, assaz doce para não embriagar o consumidor médio, desde a primeira Taça), a exigência do respeito da temperatura adequada, visto que o champanhe se bebe obrigatoriamente bem fresco, tudo isto, partilha de uma ética social e de uma nova ritualização do gosto.

(V)
Este entusiasmo colectivo para a orgia de luxo não impede numerosos cidadãos de cultivar outras formas de distinção, optando para comportamentos atípicos. Conta-se, deste modo, um número crescente de vegetarianos entre os quadros Africanos (designadamente, os que estudaram, no estrangeiro).
Com efeito, se ser vegetariano em Calcutá (cidade indiana, capital de Bengala Ocidental) não tem nada de extraordinário, visto que isto faz parte dos costumes de um vasto leque de pessoas, a Dakar (Capital do Senegal), em Duala (República Federal dos Camarões) constitui, ainda um estilo insólito que permite se posicionar no imaginário colectivo na mesma categoria, que as personagens míticas e vegetarianas como, designadamente:
(1) CONFÚCIO (Filósofo da China, moralista, sábio e fundador de uma religião: 551-479 a. C.).
(2) PLATÃO (Filósofo Grego: 427-347). Nasceu em Atenas, de uma família da antiga nobreza, tendo recebido uma esmerada educação.
(3) LEONARDO da VINCI, Escultor, arquitecto, engenheiro e (pintor, famoso), não só, pela sua genialidade, mas outrossim, pela sua versatilidade (1452-1519).
(4) Ou, ainda, FRANZ KAFKA, escritor checo de língua alemã (1883-1924).

Alguns abraçam crenças e práticas religiosas que recomendam um tal modo de vida, por necessidade de exotismo intelectual ou por preocupação, um tanto ou quanto, niilista da diferença. Outros se conformam nisso, fundamentalmente por inquietação de cultivar uma imagem pública de pureza e de sobriedade que ajuda à se distinguir mais da massa.
Todavia, no fundo, no fundo, tais esforços não são, contudo, necessários. E, comungando, pedagogicamente com o Escritor e Moralista francês, François, Duque de LA ROCHEFOUCAUD (1613-1680): “On est quelquefois aussi différent de soi-même que des autres”.

Rematando, finalmente :
A) Para além do Princípio de Prazer que constitui uma dimensão fundamental da Arte de Viver em África, as suas escolhas são identicamente a Expressão de um combate contra o revés, contra a penúria, contra a miséria. Aliás, efectivamente a Mensagem é óbvia: a miséria não humilhará nem os sonhos, nem a procura insaciável de dignidade e de respeito.
B) Estamos, deste modo, ante um desejo de afirmação de Si e uma necessidade de reconhecimento da Humanidade destes Homens que se desejam Grandes nas suas Almas, a despeito dos seus minúsculos Destinos.

Lisboa, 28 Novembro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

POIS!


Governo toma medidas de apoio à construção civil.

BOA NOITE
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O QUE É QUE QUEREM?


Se não tenho inspiração, vou buscar coisas aos outros. E é assim: encontrei no blogue A Origem das Espécies estas duas fotografias fantásticas de Marylin Monroe. Lendo o meu romance preferidíssimo: “ULYSSES”, de James Joyce.
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

NEM MAIS!

Francisco José Viegas, falando do passado de actores deste presente crítico que atravessamos, desarrincou hoje uma posta interessantíssima (leiam, leiam) que termina com uma frase que eu gostaria muito de ter escrito:

«Chegámos a um ponto em que vemos a república devorada pelas tropas ocupantes, por gente menor, por funcionários de cozinha.» [...]

Ai se eu gostaria!...
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

GANHE AGORA! GANHE AGORA!

Oferece-se o livro “O PARADOXO DO ORNITORRINCO”, da autoria de José Pacheco Pereira, ao primeiro leitor que nos enviar um email com resposta certa à seguinte pergunta:

Qual é o blogue, qual é ele, que já publicou, só no corrente ano, 12.958 fotografias de um mesmo banco de jardim cuja missão é “ver passar o tempo”?


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ELOCUBRAÇÃO DÉCIMA QUARTA:

Nota Prévia:
Comer, jamais foi um acto trivial ou desprovido
De significação. Desde sempre e, em todos os
Lugares, o Ser Humano conferiu, sempre a esta
Necessidade fisiológica uma importância simbólica
E uma significação, quase metafísica.
Vector de interacção social, concomitantemente quadro de
Redefinição e de validação das identidades individuais e
Colectivas, o Acto de comer
Assumiu, sempre o ensejo para as famílias e os
Grupos Sociais permutar sinais de convivência,
Modos de descodificação das conexões de força
Sobre a Ordem Social em vigor.
Este Acto assume, evidentemente uma significação particular
Nas regiões, onde reinam a fome e a pobreza.
Nesses casos, as escolhas alimentares e a forma
Como são vividas e assumidas, tornam um luxo
Que não se pode ofertar sempre.
Identicamente, a recusa de comer ou auto-privação em
Relação a certos alimentos veicula,
Identicamente diversas cosmogonias e éticas sociais.

(A)
Em África, onde milhões de pessoas dormem esfomeados, todos os dias, para os Africanos comer, não é unicamente um imperativo biológico. Na verdade, nestes países em que a fome domina o imaginário, comer constitui, um momento de libertação e prazer. Comer é, identicamente uma forma de partilhar das técnicas de valorização do Si, isto é, de uma ordenação e de uma negociação da relação consigo próprio e com os outros. É, por conseguinte, no fim de conta, um modo socialmente instituído do conhecimento de Si, uma formulação da subjectividade. Para além de mera concupiscência, o Acto de comer pode, por conseguinte, se analisar como um destes afrodisíacos (actos, gestos, contactos que proporciona prazer) que procuravam os Gregos e os Romanos.

(B)
Os lugares e os rituais de alimentação são, outrossim, reveladores da Ética das Civilizações. Comer pode, deste modo assumir uma forma intimista e privada que permite ao Chefe de família estruturar o diálogo e a relação no seio do Lar (homem/mulher, pais/filhos, etc.). Pode, outrossim, assumir uma forma semi-privada que oferece aos membros de um Grupo Social o ensejo de interagir sobre assuntos triviais ou delicados e graves, porém, numa atmosfera simples, temperada pela organização do diálogo, em torno de um ritual de refeição e de bebidas, especialmente preparado para modelar as tensões.
Pode, enfim, se enunciar, numa forma pública em que o Acto de Comer se transforma em verdadeiro banquete, em que o que se consome verdadeiramente tem menos importância que o próprio simbolismo da refeição em si, da qualidade da mesma, da identidade e a posição social dos convivas, da solenidade do lugar, a seriedade do ambiente, do tipo de música que enfeita estes momentos, etc.

(C)
Na sua contribuição para L’Historire de la vie privée en Ocident (1985), o arqueólogo e historiador francês, especialista em história da Antiguidade Romana, Paul Marie VEYNE (n-1930) lembra, aliás, que do tempo do Império Romano, o banquete era considerada uma cerimónia de civilidade e polidez.
Ou seja: Constituía a circunstância ou situação em que o homem (em privado) degusta o que é e o patenteia aos seus pares. Demais, neste particular, exara assertivamente o insigne historiador, nos termos seguintes:
“Le banquet était beaucoup plus qu’un banquet, et les vues générales, sujets élevés et récapitulations de soi-même y étaient attendues ; si le maître de maison a un philosophe domestique ou un précepteur de ses enfants, il lui fera prendre la parole ; les intermèdes de musique (avec danses et chants), exécutés par des professionnels dont on a loué les services, pourront rehausser la fête. Le banquet est une manifestation sociale autant et plus qu’un plaisir de beuverie… ».
Donde e daí, o banquete serve, por conseguinte, concomitantemente para se afirmar em privado, no espaço familiar ou pessoal, dado que oferece uma oportunidade ao homem público para se definir ante (aos olhos) dos seus semelhantes.

(D)
Com efeito, a mística do consumo alimentar se encontra, frequentemente, vinculada à assimilação do deficit de dignidade que se ressente e à afirmação identitária: individual e colectiva. Por outro, os estudos empíricos consagrados às decisões de consumo, em diversas regiões do Mundo o corroboram: os hábitos de consumo mudam com o incremento do rendimento e traduzem uma certa preocupação de Si. De facto, mais uma Sociedade se enriquece, mais as populações consomem mais nutrimentos e mais, mudam, outrossim, as fontes de nutrimentos.
Afigura-se pertinente, referir que estimativas económicas da procura de alimento e de nutrimentos nas zonas rurais da China mostram, por exemplo, que a afectação das despesas alimentares muda hiperbolicamente à medida que os rendimentos dos Lares aumentam.
Eis porque, no âmbito desta dinâmica, a importância nutricional dos cereais diminui progressivamente a favor de produtos alimentares mais dispendiosos como a carne.
Aliás e, por outro, idêntica Evolução dos gostos e das preferências alimentares é, outrossim, observada na Índia, onde Estudos revelam que as Populações abandonam o consumo de cereais a favor do consumo de produtos lácteos e de carne, à medida que se eleva o seu nível de vida.

(E)
O nutricionista e o economista podem se deter, obviamente sobre estas verificações, por motivos, assaz pertinentes. Por seu turno, devem tentar descobrir nisso as significações e as grelhas éticas que se enunciam por detrás da estética da mesa. Obviamente, as mudanças observadas na estrutura das despesas alimentares não reflectem unicamente o incremento do nível de vida. Correspondem, outrossim, à uma evolução geral dos hábitos alimentares através do Mundo e, consequentemente de todas as classes sociais somadas.
DESTARTE, a uniformização das ementas e das formas de mesa que se pode verificar, segundo o ritmo de aumento do número de restaurantes MacDonalds através do Planeta traduz, por conseguinte, pelo menos, parcialmente esta Ocidentalização geral do gosto e da Cultura. Todavia, para além das considerações sociológicas, as escolhas alimentares são, fundamentalmente vectores de sentido.

(F)
Nas regiões do Mundo, onde as mutações da penúria alimentar constituem fontes de humilhação quotidiana, o que se come, assume, frequentemente o estatuto de um poderoso vector de identidade e um símbolo de Poder.
Fala-se, hodiernamente, deste modo, de “Política do ventre” para designar a percepção, no subconsciente colectivo, das estratégias individuais de acumulação e de posicionamento social, dos modos de acesso às instâncias de dominação (por conseguinte, de Legitimação de Si).
Sim, efectivamente, o que se come participa, por conseguinte, de uma Cultura de Poder e exprime um ÊTHOS da generosidade, simultaneamente, como um ritual de pertença, no âmbito de uma Rede relacional.

Lisboa, 24 Novembro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

PORQUE SERÁ?


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"SURFANDO" A MESMA ONDA


«Tive uma conversa com o jogador e o homem
e este último disse-me
que podia contar com o primeiro.»
[Álvaro Magalhães, treinador do GD Chaves.
O jogador e o homem chamavam-se Denis Putnik.]
A Bola, 31 de Janeiro de 1998

Talvez eu seja parvo e goste de coisas execráveis; mas frases como esta divertem-me tanto quanto me fazem ficar admirado com as capacidades intelectuais de quem as produz.

Acho que frases destas provam cabalmente que a mente humana tanto pode funcionar num sentido como em sentido contrário. Harmoniosamente. Não havendo diferença nenhuma entre um pateta e um sábio.

Não sei se me fiz entender; mas é que tentei (e não sei se consegui) ir na mesma onda deles para testar a minha capacidade para a asneira.

Se me saí bem (quero dizer, mal) desta, fico contentinho.

Por vezes adoro a parvoíce. Quando não é o tempo todo.
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É MACHISTA E É FEMINISTA

NÃO SE APLICA AOS HOMOSSEXUAIS


Querem ver que os “casais” homossexuais qualquer dia vão querer o direito de se enquadrarem em brincadeiras como esta!

E de se chamar pai a um e mãe a outro; ou pai a uma e mãe a outra!?

Admirem-se!

BOM DIA.
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domingo, 22 de novembro de 2009

DO MELHOR QUE HÁ



A Origem das Espécies alerta-nos para o iminente lançamento no mercado de uma das melhores prendas deste Natal.

Por mim, vou já fazer umas encomendas.
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DO HOMEM E SUAS PAIXÕES

«No homem maduro, as paixões estão ao serviço da inteligência; no Homem imaturo, a inteligência está ao serviço das paixões.» - Máxima Egípcia

Li algures no Twitter esta "máxima".

E pensei duas coisas:

1 - Não é bem assim para o Homem no seu todo.

2 - O que seria do Homem se assim não fosse para alguns deles e delas?


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ELOCUBRAÇÃO DÉCIMA TERCEIRA:

Da Energia:

Nota Prévia:

Efectivamente et pour cause, sem Alimento não há vida e, sem Energia não há actividade, ipso facto.
Conquanto o alimento seja, outrossim, uma forma de energia, é uso não a incluir quando se fala de energia. Identicamente, um animal selvagem passa, uma boa parte, do seu tempo, na busca do alimento.
De consignar, que a Evolução da Humanidade, desde que o Homem dominou o fogo, foi guiada pela procura de fontes de energia e de matérias-primas para satisfazer necessidades que, tornam todos os dias, cada vez mais e mais, importantes.
Todavia, neste início do século XXI, a Energia se assumiu como uma Aposta/repto enorme, tanto ao nível económico, científico, como, outrossim ambiental. De feito, aliás, enquanto a Humanidade tem, cada vez mais necessidade dela, as reservas de energias fósseis se encontram em vias de se esgotar.
--- A despeito de tudo, dispomos hodiernamente de fontes de energia abundantes e pouco caras. Explicitando:
A) Com menos de uma dezena de cêntimos de Euros (particularmente, na Europa), podemos comprar bastante electricidade para fornecer tanto trabalho como o que faria um homem trabalhando manualmente um dia inteiro.
B) Com um pouco de petróleo e uma máquina cortadora, um lenhador dos nossos dias corta muito mais árvores que uma dezena de lenhadores de outrora, utilizando machados e serras de mão.
C) Com menos de meio litro de gasóleo, um camião transporta rapidamente quase 40 toneladas de mercadorias num km de distância, enquanto seria preciso várias centenas de pessoas e muito tempo para executar idêntica tarefa, transportando todos os pacotes e embrulhos.
D) Enfim, se afigura, assaz pertinente e consentâneo, sublinhar, que a resolução efectiva dos problemas de hoje (dos nossos dias que, célere escoam, sob o signo da incerteza) é sinónimo da constituição de fonte de riqueza segura para o futuro.
E) De feito, outrossim, toda a crise permite progredir, conduzindo, todavia, sempre aos ganhadores e perdedores.


Acima de tudo, se impõe, inovar no domínio energético e ambiental para estar, obviamente, entre os ganhadores. É, outrossim e, ainda necessário estar optimista, ipso facto, no atinente ao porvir, conquanto, actualmente, seja mais difícil vender medo que soluções aceitáveis, permitindo assegurar aos nossos filhos, condições de vida melhores que presentemente.
De feito, no fundo, no fundo, o futuro se constrói actualmente, se a Humanidade possuir trunfos para o edificar. Basta, evidentemente querer, pois que “querer é poder”.

(I)
Na verdade, efectivamente, desde aproximadamente dois (2) séculos, a nossa Civilização edificou a sua riqueza e o seu desenvolvimento respectivo sobre os combustíveis fósseis, que constituem fontes de energia concentradas. Infelizmente, estes são exauríveis. Demais, qualquer que seja a velocidade que se os consome, terão um fim, fatalmente.
Os investimentos insuficientes no Sector petrolífero ou do gás podem, outrossim limitar a produção de petróleo ou de gás natural, antes que o problema das reservas se faça, realmente sentir. Em todos os casos, vai ser necessário gerir este decréscimo progressivo, desenvolvendo, em grande escala, outras fontes, podendo cobrir o conjunto das necessidades da Humanidade a um custo economicamente aceitável.
A esta questão, acima enunciada no atinente a reservas finitas se acresce um problema muito mais urgente: o das emissões de gás à efeito de estufa de origem humana, que exerce um impacto deletério sobre o Clima.
De anotar, que para o Sector da energia, se trata, sobretudo do CO2. Porém, outros gases são, outrossim emitidos, em quantidades menores (CH4 aquando das fugas de gás, Compostos halogenados, se escapando de circuitos de climatização, etc.).
Enfim e, em suma: A utilização energética do petróleo, do gás natural e do carvão conduz, por conseguinte, a Emissões importantes de CO2.

(II)
Tendo em conta, os Problemas, acima enunciados, não se pode (e, nem se deve) continuar a consumir as mesmas energias com os hábitos do nosso presente. Impõe-se, ipso facto, Evoluir.
De feito e, na verdade, o Desafio Energético ao qual estamos sendo confrontados consiste, por um lado, em reduzir as emissões de gás (responsáveis) para o incremento do efeito de estufa e, em substituir progressivamente, os combustíveis fósseis por outras fontes de energia.
Todavia, como as escalas de tempo são longas no atinente a toda mudança, no domínio energético, é preciso se preparar para isso, desde já, para se estar pronto, em princípio e pelo menos, nos meados do século XXI em curso.
Eis porque, urge intervir em dois níveis:
(1) O Primeiro diz respeito à sobriedade e eficácia energética. Por seu turno, a sobriedade diz respeito, sobretudo aos Países ricos que esbanjam a energia, por ser pouco cara. Por sua vez, já a eficácia energética diz respeito à toda a gente, visto se tratar da utilização de sistemas susceptíveis de oferecer serviço idêntico, ou mesmo, melhor serviço, com menos energia.
(2) O Segundo, por seu turno, é de incrementar, progressivamente, a contribuição das Energias descarbonizadas, ou seja, não produtoras de gás de efeito de estufa perante o seu funcionamento respectivo. Eis nos, assim, no domínio das Energias renováveis e da energia nuclear. Demais, certas aplicações, designadamente, industriais exigem fortes e robustas potências, isto é, grandes quantidades de energia durante um tempo curto. De feito, todas as fontes de energia não são capazes de libertar grandes potências.

Enfim e, em suma: O consumo de electricidade progride, hodiernamente, mais célere que a da energia primária. Esta tendência deve se amplificar, porquanto no futuro, ter-se-á necessidade, ainda de mais electricidade que, actualmente, para novos usos. No entanto, é francamente, necessário que seja produzida, de forma limpa. Obviamente, sem emissão de gás a efeito de estufa, por conseguinte, ipso facto, à partir de energias renováveis ou da Energia nuclear.

E, em jeito, de Informação complementar: Não há dúvida nenhuma, que novos usos vão aparecer, exigindo, seguramente bastante consumo de electricidade, nomeadamente:
--- As bombas de calor para o habitat que permitem produzir 3 à 4 KWH de calor, consumindo 1KWH de electricidade, estão, em plena expansão.
--- Ter-se-á necessidade de produzir, cada vez mais, Hidrogénio (por electricidade da água) para as necessidades da Petoquímica e para a síntese de Biocarburantes de Segunda geração. Enfim, de anotar, que o Hidrogénio poderá, outrossim, em certos casos, constituir um meio de stockage de algumas formas de energias renováveis intermitentes.
--- Os Veículos híbridos recarregáveis e eléctricos, que, cada vez mais e mais, se vão desenvolvendo, terão necessidade de electricidade para recarregar as suas baterias.

(III)
Eis porque, uma produção crescente de electricidade descentralizada vai exigir uma evolução da rede eléctrica que deve poder funcionar nos dois sentidos.
Pode-se, imaginar, outrossim, redes locais para uma aldeia ou para um grupo de casas, ligadas à rede regional, permitindo utilizar a electricidade produzida por uma instalação de energia renovável descentralizada, de forte potência, todavia.
As baterias dos veículos híbridos recarregáveis ou eléctricos, são chamados /convocados a desempenhar um papel relevante no alisamento da produção de electricidade e, outrossim, para valorizar fontes de energia intermitente como a eólica, por exemplo.
E, já, no atinente ao habitat, vai-se, sem dúvida, evoluir por medida, porquanto cada situação se afigura, quão particular e, assaz, sui generis. Não se aquecerá, forçosamente, de forma idêntica, uma habitação antiga e uma habitação recente e moderna. Demais, a região, onde se encontra para orientar para soluções dissemelhantes.
Enfim e, em suma: O Ideal é de, a pouco e pouco, deixar, completamente de utilizar os combustíveis fósseis para o aquecimento e a produção da água quente sanitária, passando a utilizar a electricidade, nos momentos, em que as energias renováveis são insuficientes.

(IV)
De consignar, no entanto, que a Energia vai-se tornar, cada vez mais e mais, cara. Donde, se impõe, economizá-la e utilizá-la, o melhor possível.
E, para isso, a Educação e a Formação são, obviamente, indispensáveis, a todos os níveis da Sociedade.
Na verdade, necessário, se afigura, a pouco e pouco, se passar dos combustíveis fósseis lá, onde podem ser substituídos a um custo economicamente aceitável.
Enfim, evidentemente, a Investigação/Pesquisa/ assume um papel relevante nesta missão de melhorar as tecnologias existentes, como, outrossim e, ainda para Inovar. De facto, as que, presentemente existem, só podem responder à uma parcela do desafio energético.
Demais, Rupturas são necessárias. Estas têm origem em Laboratórios de pesquisa fundamental, porém, levam várias décadas antes de ser utilizadas, no âmbito industrial ou, outrossim e, ainda pelo consumidor. E, por conseguinte, o importante é investir apropriadamente neste domínio.

(V)
E, um tanto ou quanto em jeito de remate pertinente, temos que, efectivamente:
--- O domínio energético evolui constantemente. Todavia, uma evolução apenas não basta. Eis porque, se afigura relevante preparar uma Revolução, em que os combustíveis fósseis sejam substituídos em todos os usos energéticos. Esta revolução vai levar o seu tempo, sem dúvida. Quiçá, da ordem de um meio século. Deste modo, se impõe, agir prontamente e, em força.
--- A despeito das apreensões (assaz legítimas), que se pode ter acerca do Clima e, outrossim, do desaparecimento dos combustíveis fósseis, no entanto, não é necessário ser Pessimista.
--- De feito, de sublinhar, que a Humanidade conheceu, no decurso da sua ingente história, numerosas crises e soube, sempre superá-las. Na verdade, se o Homem, actualmente, em determinadas circunstâncias modificou o Ambiente, de modo assaz negativo, é, outrossim capaz de desenvolver novas tecnologias para atalhar as inadequações engendradas e, o (obviamente, referindo-se, ao Ambiente) preservar adequadamente.

Finalmente, com efeito, é sempre pertinente sublinhar, que a Economia é o motor, mais importante da Evolução das Sociedades hodiernas. Todavia, toda a avaliação económica deve, presentemente, ter em conta os impactos presentes ou futuros sobre o Ambiente. Demais et pour cause, não é necessário deixar à Sociedade futuros ónus, escolhendo produzir, hodiernamente sem se preocupar com as consequências negativas sobre o Ambiente e a Saúde.

Lisboa, 22 Novembro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AGORA A SÉRIO

Não! Ainda não tomei a vacina, mas na próxima segunda-feira penso submeter-me à sua inoculação.

Entretanto quero aqui reiterar tudo o que disse anteriormente a brincar sobre a gripe A:

Primeiro, não é gripe: é influenza tipo A ― coisa menos virulenta e menos gravosa para a saúde humana do que por exemplo a gripe sazonal ―.

Segundo, pelo que está já demonstrado, propaga-se muito incipientemente e a maioria dos doentes infectados em poucos dias está fresca que nem alfaces tomando apenas Paracetamol; alguns até se avinham para ficarem mais confortados.

O grande alarido feito à volta desta suposta gripe ficou a dever-se em primeiro lugar à falta de conhecimento e de história de infecções em humanos pelo vírus H1N1; e em segundo lugar ao jeito que dava aos diferentes governos desviarem com isso a atenção popular da crise económica que então estava no seu auge.

(É claro que as farmacêuticas não perderam tempo a explorar o mercado, mas este é o seu papel e até criaram uma vacina que se acredita ser eficaz).

Havendo vacina, como há, não só vou-me vacinar como aconselho todos os que o possam fazer a fazê-lo. Esta vacina traz os mesmos riscos de todas as vacinas da gripe dos últimos anos; não há, por isso, razão para ser temida. Isto é um disparate como outro qualquer.

Por último e para vossa tranquilidade: conheço mais que um caso de doentes infectados com o vírus H1N1 que se curaram em casa, convivendo com os seus familiares sem restrições por aí além (tossindo, espirrando pela casa toda), sem que, por exemplo, qualquer dos outros oito membros de duas famílias atingidas tivesse sido infectado.

Valeu?

Bom fim-de-semana e emborrachem-se à vontade porque como diz o povo: “É preciso matar o bicho”.
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ANEDOTA DO DIA




Ministra da Educação ausente do debate no Parlamento sobre avaliação dos professores.

ISTO ESTÁ MESMO BONITO!...





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NÃO ESTAMOS SÓS

O jornal inglês The Sun
afina pelo mesmo diapazão que nós:
Portugal e França
tinham que ser ajudados
(se necessário fosse)
pelas arbitragens,
por ordem da FIFA

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

3 FALTAS CONSECUTIVAS NÃO MARCADAS

UM FORA DE JOGO
DUAS VEZES COM A MÃO
E GOLO DA FRANÇA

Veja o clip e convença-se de que não há verdade no Desporto-espectáculo.



A França eliminou hoje a República da Irlanda com esta ajuda monumental, escandalosa, do árbitro: como pode constatar, uma arbitragem à la FIFA não marcou um fora de jogo claríssimo na sequência do qual um jogador francês faz um passe com a mão para Thierry Henry que recebe a bola ajeitando-a também com a mão antes de a passar para o golo de Gallas.

Por acaso ou ventura Portugal não necessitou da garantida ajuda do árbitro para despachar os bósnios.
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ELOCUBRAÇÃO DÉCIMA SEGUNDA:

“A Ética do Acto Humano
Depende, antes de mais, do seu
Conteúdo objectivo,
Depois, da intenção subjectiva, das
Circunstâncias e das consequências respectivas”.


Não há dúvida nenhuma, que, mais que nunca, se afigura, quão oportuno conhecer, apropriadamente, as motivações e os comportamentos dos Hiper-ricos.

(I)
Já se conhece, aliás, a trajectória, assaz frequente, conducente aos cujos os rendimentos se incrementam para satisfazer as suas necessidades fundamentais, em seguida para se procurar os bens materiais de conforto, depois para “faire droit” a desejos de luxo (que, por vezes, podem conduzi-lo à se “cultivar”), enfim, em adquirir bens de puro prestígio, em geral, especulativos, mulheres, entre outros, a fim de desafiar (provocando com desprezo e escárnio) os demais outros hiper-ricos. O derradeiro estádio, o em que todas as acumulações desejáveis e as razões de tornar invejoso e ciumento, se encontram esgotados, por isso mesmo, mais problemático.
Eis porque, deste modo, várias vias se abrem, então aos hiper-ricos:
--- A primeira consiste em contar, cada chavo, com ou sem os próximos, a sua fortuna e, sobretudo, o seu incremento. A utilidade marginal da moeda não é sempre decrescente à medida que a riqueza se aumenta. É mesmo, frequentemente, crescente. Demais, quanto mais se tem, mais se deseja e mais contente se está de poder possuir, cada vez mais e mais. A sua taxa de poupança não cessa de aumentar e, se o comportamento fosse generalizado, incrementaria o da poupança Mundial, com os seus efeitos negativos conhecidos sobre o crescimento.
--- A segunda consiste na procura da glória perante os homens e, se possível, ante Deus, se acredita Nele. Pode-se, então consagrar a sua fortuna na construção de palácios, museus, fundações humanitárias, novas igrejas, porque não? Visto que se vê nisso, uma razão de ser absolvido dos seus pecados eventuais ou perdoado de ter sido demasiado dotado ou bafejado pela sorte. Destarte, mesmo Deus, deve ter necessidade de um ministro das finanças!
--- A terceira consiste na busca de um poder social. Esta via seduz mais, os mais activos dos hiper-ricos. O conforto, mesmo espectacular, perde o seu charme com o tempo (salvo, se vier a faltar), o que é pouco concebível, no caso presente. A fortuna tornaria incomensurável, não bastando exorcizar a certeza da morte, nem em ocupar os dias, tanto mais, que determinada agitação vê a sua frequência diminuir com a idade.
Donde, se impõe questionar, avisadamente. Ou seja:
Que resta, por conseguinte, aos hiper-ricos decadentes (que envelhece), tendo conservado algumas das suas disposições físicas e intelectuais, senão a mostrar em exemplos para legitimar a sua vontade de adquirir um poder social cujas as vias são, elas, outrossim, múltiplas, das mais carismáticas até às mais políticas? De anotar, no entanto e, sem embargo, que sendo o charme uma qualidade muito mais aberta aos pobres que aos ricos, a via política, oficial ou melhor, oficiosa (implicando esta, menos exposição popular e mediática), se abre então completamente aos que se obstinam, absolutamente em mandar fazer à sua riqueza dissemelhantes promessas do que financeiras.

(II)
A hiper-riqueza Mundial não poderia favorecer a Ordem Social, Local ou Mundial. Coloca, com efeito, em causa, as condições desta Ordem, no interior das Nações já industrializadas em que algumas já operaram a sua mutação para as actividades de serviço (caso particular do USA).
Alguns verdadeiros ricos mudarão pouca coisa à Sociedade norte-americana, que não conheceu as ideologias europeias da “luta de classes” e onde as desigualdades provisoras do “sonho norte-americano”, vinculadas à abertura progressiva de um Continente rico em matérias-primas, a pouco e pouco, pentearam a famigerada “democracia norte-americana”de um número restrito de indivíduos, onde se cotam titulares de grandes fortunas, dirigentes de empresas, elites intelectuais das grandes Universidades e membros influentes da vida política. Sem dúvida e, sem exagero de espécie alguma, nada mais, nada menos, mais de 100 000 indivíduos, seja 2% da população total.
Além disso, dispondo, outrossim e, ainda, de meios financeiros apreciáveis, de uma capacidade de influência mediática e de propaganda bem conhecida e atributos habituais do poder (moeda, armamentos, redes de comunicação…) esta minoria governa este Continente sob constrangimentos políticos menores e sob as, cada vez mais e mais, robustos, da religião (onde várias religiões) cristã norte americanizada: os evangelistas (mais de metade da população), os muçulmanos, “sábios” budistas, alguns cientologistas mediatizados.

(III)
Antes de mais, vale a pena, sublinhar, que o nascimento e a evolução da democracia à americana terão sido favorecidos pelo suicídio de um Continente dilacerado durante um século por guerras intestinas. Este regímen evoluiu progressivamente para uma espécie de “fascismo soft”tal como o Pai BUSH terá feito, exactamente, pelo filho interposto, o que prometera realizar após a Guerra do Golfo.
As Nações europeias tentaram imitar este augusto exemplo. A sua estrutura social se aproxima todos os dias dos USA, conquanto a sua história específica, as suas ideologias tradicionais, a sua cultura, identicamente atenuam este contágio.

(IV)
Se afigura, outrossim, quão pertinente, questionar se tudo isto, não ameaça a Sociedade dos Países emergentes, num futuro próximo? Se pode duvidar disso! A mundialização actual, que se prolongará, sem dúvida, numa boa metade deste século XXI, em curso, só o permitirá dificilmente. Os Países Emergentes, em particular, os do Continente Asiático, possuem a vontade política que é a chave do seu próprio desenvolvimento, concomitantemente, que o motivo fundamental da adesão de países já “emersos”, à sua admissão, no seu clube respectivo.
Na evidência, estes (os USA, na qualidade de vanguardista de choque e de dimensão) delegam as produções industriais a estes novos proletários, se reservando doravante as actividades de secretaria, nitidamente melhor protegidas.
Donde, se afigura, pertinente ponderar, ipso facto, como estes recém-chegados evitarão conhecer algumas das perturbações que as Nações europeias experimentaram durante todo o século XIX, tanto mais que, ainda estão a viver a sua emigração rural (que, no caso dos dois grandes países Asiáticos, deveria implicar mais de um milhar de indivíduos) e que os seus “capitalistas” terão a possibilidade (para alguns, já é o caso) de se tornar hiper-ricos?!...
Luta de classes ou não, reminiscência robusta dos regimes denominados “comunistas” ou não, mais ou menos, grande passividade das massas camponesas: é difícil não prever perturbações sociais de grande envergadura, tanto mais que os Mercados Mundiais exercerão enorme poder de atracção e de sedução, sem contar que estas novas sociedades de mercado não estão ainda afectadas por evangelistas empreendedores (audaciosos), que deveriam sentir, outrossim, tentados pela sua própria mundialização.

(V)
Todavia, qualquer que seja, a intensidade das perturbações sociais que deveriam conhecer as Nações à Emergência tardia, os efeitos precisos do seu respectivo crescimento, tão rápido como presentemente e da hiper-riqueza Mundial nas décadas vindouras são difíceis de antecipar. Vão depender, aliás, das Sociedades nacionais por muito tempo, politicamente representadas, com o advento de toda uma nova classe (ou coorte? Categoria social? como se queira) de hiper-ricos Mundiais à qual se abre a possível conquista de um poder económico político ele mesmo de âmbito Mundial.

(VI)
O objectivo do “Conglomerado de poder” norte-americano no princípio da mundialização é assaz evidente: Exportar por toda a parte do Texas e instaurar um modo de poder Mundial homotético do deles, no seu espaço continental, no qual ele exerceria um poder dominante nesta instância indefinida, indeterminada variável consoante as heranças (públicas e privadas) oficiosa à capacidade de dissimulação, quase total, no plano, tanto económico como político, se afirmando com força o seu “carácter democrático”. Este objectivo será indiscutivelmente atingido, se a vontade desta oligarquia em via de construção rápida acaba por ceder à tentação de instaurar uma tirania “suave”, porém firme. O instinto de rebanho da nossa espécie poderia conduzir a isso.

E, Rematando:

--- É concebível que o levantamento antecipado surpreendente dos USA sobre o resto do Mundo (alguns 7 000 milhares de dólares neste dez últimos anos) possa ser indefinidamente renovado?
--- E, este levantamento antecipado não constitui a face aparente de um sistema político que, desde mais de cinquenta (50) anos, cauciona e organiza a Guerra-fria (tépida ou quente), como outrora Roma, nos dois primeiros séculos da Era Cristã?
--- Existe um outro povo que tenha tido, deste modo, a necessidade (sem dúvida) enviar os seus soldados, um pouco por toda a parte, no resto do Mundo?
--- Não existe, de feito, a necessidade de um inimigo para viver à semelhança das Nações europeias) durante um bom século?

Enfim! Enfim!...Enfim!...
O Sonho e os caixões: dois soberbos cimentos,
Um de Vida, o outro de Morte!...

Lisboa, 18 Novembro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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terça-feira, 17 de novembro de 2009

HOMOSSEXUAIS HETROSSEXUAIS

Porque em Portugal o assunto mais importante agora parece que é o casamento homossexual, não quero desperdiçar a possibilidade de dar mais uma opinião sobre este ingente tema.

Já defendi que chamar casamento à união entre homossexuais é a desvirtuação da instituição Casamento pois que, em princípio, esta instituição tem a sua base assente no pressuposto de que casar contempla poder ter filhos e constituir família;

Mas os homossexuais, ao que parece, insistem em querer “casar”. Querem ser como os heterossexuais, pronto! ― dirão eles.

Proponho por isso que, ao se aprovar uma lei que lhes permita “casar” também se confira aos homossexuais masculinos o direito a terem menstruação; e se confira paralelamente às homossexuais femininas o direito a terem erecção.

Creio que com mais estes dois direitos fundamentais ― então sim! ― os homossexuais já vão poder engravidar (entre si); ter filhos; meter coisa na coisa e o mais que a heterossexualidade homossexual, assim adquirida por via legislativa, lhes irá por certo permitir quando “casarem”.

P.S. Convenhamos numa coisa! E simplifiquemos isto até à idiotia: à primeira, a coisa parece simples ― mas isto de foder tem muito que se lhe diga, não é!?
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CONVERSA

― Meu amigo, amanhã vai ser um dia importante para si. Vai apitar um jogo de interesse crucial para a FIFA, o jogo Bósnia – Portugal.

―?...

― Não faça essa cara. Já vai perceber: Qualquer jogo da Bósnia no Mundial da África do Sul seria um grande prejuízo para a FIFA; ninguém iria comprar a transmissão! É só isso, já viu?

―!...

― Imagine agora quanto poderemos ganhar transmitindo um jogo de Portugal com Cristiano Ronaldo em campo, hã!?

― !!

― Pois! É isso! Vai estar nas suas mãos, melhor dizendo no seu apito, a qualificação de Portugal. Agora vá descansar, medite bem em tudo isto e que Deus o acompanhe.

― ??? Mas... Deus. Também. Se mete. Nestas coisas?!

― Esteja calado! E não seja parvo. Até amanhã.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

«SICÍLIA HISPÂNICA»

Alberto João Jardim voltou a investir contra o “Contenente” declarando, no final de uma reunião na Madeira, quando interpelado sobre o caso “Face Oculta”, que «o que se passa na Sicília hispânica é um problema daquela gente que eu não tenho nada com isso, nem quero saber daquilo para nada».

Claro que Jardim se referia aqui à «Piolheira», que o mesmo é dizer, a Portugal Continental.

Sendo “mais uma” de Jardim, esta, contudo, retrata bastante aproximadamente a imagem que quem está longe (como ele) tem desta confusão toda em que se vive na sociedade portuguesa.

Aliás, como já disse aqui mais abaixo, bastou-me um mês de blackout noticioso sobre Portugal para ter regressado a Lisboa com sensação idêntica.

O que não é nada saudável! Diga-se.
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SÁBIO PEDAGOGO REVOLUCIONÁRIO

UM HOMEM FASCINANTE


«I was fascinated with Stendhal at 13 and with Thomas Mann at 15 and, at 16, I loved Chopin. Then I spent my life getting to know the rest. Right now, Chopin is at the very top once again. If you interact with things in your life, everything is constantly changing. And if nothing changes, you're an idiot.»

(Umberto Eco em entrevista ao Der Spiegel de 11/11/2009)
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domingo, 15 de novembro de 2009

CONSTATAÇÕES 1


Já não há crianças semi-vestidas e/ou de barriga inchada na Ilha do Fogo.

Andei por muito lado e por várias vezes passei por grupos de crianças indo ou regressando da escola no interior da ilha: todas aparentemente bem nutridas, todas calçadas, todas limpamente vestidas e cuidadas, muitas com fitas coloridas nos cabelos.

Fez-me lembrar a descrição idílica do Portugal rural de Salazar: o desenho de crianças alegres e bem vestidas, a caminho da escola, retratando a vida rural portuguesa nos livros de texto escolares da época. Mas a diferença, aqui, é que, no Fogo não é fantasia: no Fogo é mesmo verdade.
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ELOCUBRAÇÃO DÉCIMA PRIMEIRA:

POSTA SEGUNDA

(3)
O Estatuto de Potência Emergente que a África do Sul conseguiu construir, desde o fim da década de 1990, já não é posto em causa à escala internacional. Os Países do BRIC a reconhecem como tal e as grandes potências a consideram como um parceiro estratégico, um estatuto do qual pouquíssimos países podem se aproveitar, tirando partido adequadamente.
Todavia, de sublinhar, efectivamente, a África do Sul é a mais débil de entre estas novas potências emergentes. Explicitando, apropriadamente:
A) Ao nível económico, territorial ou demográfico, o conjunto dos elementos, enformando o “soft power”, o País está muito longe, atrás dos seus parceiros do 20 (G20).
B) No que diz respeito, à potência militar, o retrato é idêntico, visto que a África do Sul é um “anão” ao nível internacional, a despeito da presença, no país, de uma Indústria do armamento que, ainda, presentemente, gera importantes repercussões comerciais. Na realidade, Pretória não possui os recursos, lhe permitindo estabelecer o seu estatuto de potência emergente, de modo autónomo, como conseguiram a edificá-lo a China e a Rússia, duas potências nucleares, com assento no Conselho de Segurança da ONU, ou ainda, o Brasil e a Índia, dois gigantes cujo o peso é determinante à escala Mundial, a despeito das dificuldades que conhecem estes dois países, quando se trata de assegurar a gestão do seu espaço regional.

(4)
A África do Sul é uma potência emergente porque aproveita de um estatuto de potência Regional. À escala Continental, o peso económico da RSA é apreciável e as suas capacidades militares fazem dela um Actor incontornável no que diz respeito aos reptos, no âmbito da Segurança tradicional.
Por outro, a sua participação no BRICSAM não se encontra vinculada ao seu estatuto no seio do Sistema Internacional, que não lhe permite agregar suficientemente de potências. Pretória é membro do BRICSAM e da IBSA, fundamentalmente porque se trata do principal leader do Continente Africano.
Enfim, de consignar, que a chegada recente da África do Sul no seio da Southern African Developpement comunity (SADC) assenta em idênticos objectivos e constitui o Terceiro eixo do Grande Projecto Africano apoiado por Pretória.

(5)
Sem sombra de dúvida, na verdade, a RSA é uma Potência emergente porque aproveita do Apoio das Grandes Potências Mundiais. A África do Sul é um Estado pivot para os USA e um parceiro para a União Europeia (EU). Para as potências regionais, estes estatutos particulares constituem referência à manutenção da Ordem no seu espaço imediato com o apoio das grandes potências. É, sem dúvida, porquê a manutenção de elos/vínculos de natureza diplomática e comercial com os USA e a EU constituiu desde meados da década de 1990, um elemento fundamental da estratégia Internacional de Pretória.
Donde, evidentemente, afim de estabelecer o seu Estatuto de Potência emergente, a África do Sul deve privilegiar as conexões que mantém com as Grandes Potências económicas, parceiros incontornáveis no domínio da protecção dos interesses nacionais à escala regional e multilateral.

(6)
Todavia, Pretória adoptou um estatuto de potência emergente no seu discurso e na sua política estrangeira, porém o seu estatuto de potência regional é contestado à escala do Continente Africano.
O activismo sul-africano gera muita inquietação, visto o discurso de Pretória não está sempre em consonância com as suas intervenções à escala regional e multilateral. A despeito de numerosas tomadas de posição, favorecendo a resolução dos conflitos e a pacificação da África Austral, Pretória relançou a produção e a venda de armas na região o que lhe fez perder bastante credibilidade junto dos seus parceiros regionais que receiam o retorno do sub imperialismo sul-africano que, durante o Apartheid, provocara importantes tensões regionais.
Finalmente, no plano económico, a liberalização dos mercados africanos via aplicação do NEPAD (“Nova parceria para o desenvolvimento da África”) e a transformação da SADC em zona de livre troca, dos projectos apoiados pela África do Sul, levam alguns observadores a acreditar se tratar de meios susceptíveis de facilitar a conquista do Continente pelos grandes conglomerados sul-africanos antes que os fundamentos de uma nova zona de prosperidade partilhada. Eis porque, a África do Sul deve privilegiar o Sistema multilateral, visto que é o único lugar, onde ela consegue obter uma certa e determinada influência. Demais, de sublinhar, que é neste contexto particular que deve ser recolocada a famigerada “estratégia da borboleta”, ferro de lança da nova política externa, assim como os acordos comerciais negociados com as grandes Potências Económicas.

Lisboa, 15 Outubro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista --- Cidadão do Mundo).
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ANTES A DENGUE

Não sei explicar isto, mas estou quase convencido de que o “Benfiquismo” é uma doença.

Constatei pessoalmente o seguinte, na remota ilha do Fogo, em Cabo Verde:

Entre oito a doze pessoas costumam deslocar-se a um restaurante com antena parabólica e canais Sportv para verem um jogo do Sporting ou do Porto;

Num dia em que havia a transmissão de um jogo do Benfica...

Mais de duzentas pessoas encheram tudo que era espaço (algumas praticamente estavam ao colo de outras) para verem o Benfica jogar!

Agora pergunto:

E aqui em Portugal, a coisa é diferente??
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E DEPOIS ADMIREM-SE

Um mês fora de Portugal; vivendo entre o campo e a cidade Vila de S. Filipe; atarefadíssimo e preocupado com um caso de doença séria de um familiar; não tive notícias da «Piolheira» durante todo esse tempo.

Chego a Lisboa e encontro um País mergulhado numa confusão dos diabos (confusão a que já estava habituado, mas que, devido ao seu agravamento e crescimento, tenho agora que «esmiuçar» primeiro para tentar compreender minimamente o que se passa); uma sopa da pedra tendo a Justiça, a Política e os Negócios ― os seus intérpretes, entenda-se ― (com os média de permeio) como elementos fundamentais ebulindo frenética e loucamente a caminho da evaporação: a caminho de um fim trágico, pois que, da diluição do Estado à evaporação do mesmo, sempre se preferiria o primeiro, creio.

Claro que tudo isto é velho e vem de há muito; mas o testemunho que quero dar após um mês de ausência sem notícias, é que a coisa agravou-se muito nesse mesinho, e talvez esteja a acontecer na sociedade portuguesa aquilo que acontece connosco quando vendo-nos ao espelho todos os dias não notamos o ritmo do nosso envelhecimento e ficamos espantados quando alguém que não nos vê há algum tempo nos diz: ― “Estás muito mais velho, pá” ―.

Pois é! Vai-se deixando esta coisa, este ambiente político-social, evoluir no sentido da degradação em que caminha, e daqui a mais um tempinho alguém de fora (a União Europeia? A Espanha?) vem até cá e diz à malta:

― “Olhem, meus amigos, isto aqui já não é país já não é nada. É uma choldra. Vamos tomar conta disto a ver se o endireitamos ao menos até à decência, OK!” ―.

BOM DIA!
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sábado, 14 de novembro de 2009

ELOCUBRAÇÃO DÉCIMA PRIMEIRA:

“Ser culto es el único modo de ser libre”
José MARTÍ (1853-1895)

You can…
We can…
Bararack OBAMA
Posta primeira:
Nota preliminar:

Como as demais outras Potências emergentes que aparecem no hemisfério Sul, a República da África do Sul aproveita de um Sistema Internacional que tende, cada vez mais e mais, para a multi-polaridade e se assevera portadora dos interesses do Mundo em desenvolvimento.
A chegada ao Poder do “African National Congree” (ANC), na década de 1990 (na sequência do estabelecimento da Democracia não racial em Abril de 1994) e, sobretudo, na sequência do complexo processo conducente à Libertação do seu chefe histórico, Nelson MANDELA permitirá estabelecer um corte nítido entre o antigo regímen branco racista e o novo, democrático, edificado no reconhecimento pleno e integral dos Direitos Humanos.
Em seguida, o Projecto de Renascimento Africano de THABO MBEKI favorecerá a reconciliação e a prossecução de objectivos continentais na base de um discurso africanista e anti-imperialista. O contexto era particularmente favorável à “produção” de um discurso susceptível de favorecer os interesses dos “Países do Sul” e de uma política estrangeira “progressista”, assentado sobre apostas, no âmbito de Solidariedade e de desenvolvimento Internacional.

Todavia, a acção internacional da África do Sul assenta em alguns Princípios que correspondem perfeitamente à Ordem Liberal do pós-guerra-fria. A despeito de grandes projectos mobilizadores destinados aos parceiros regionais e uma referência constante às necessidades do desenvolvimento, Pretória parece, cada vez mais e mais, guiada por dois (2) objectivos:
---A expansão regional do capitalismo sul-africano
---E o seu reconhecimento respectivo na qualidade de potência emergente, no âmbito multilateral.
Eis porque, a manutenção de vínculos de natureza diplomática e comercial com USA e a União Europeia (EU) e a participação activa nas coligações das Potências do Sul (BRICSAM e IBSA) constituíram desde o início dos anos 2000 elementos fundamentais da estratégia Internacional de Pretória, a despeito do aspecto contraditório que disso emana. De feito, a formação da IBSA em 2003, a assinatura de um acordo de parceria estratégico com a EU, na Primavera de 2007 e a prossecução das negociações comerciais com os USA são tantas etapas fundamentais na construção por Pretória de um estatuto de Potência emergente. E isto tanto mais, que não se afigura garantido suportar um estatuto de potência regional durante bastante tempo.
De sublinhar, com ênfase que, na realidade, a África do Sul necessita de um apoio diplomático constante ao nível multilateral, porquanto a gestão do dossier continental é bastante difícil. A este nível, é óbvio que Pretória é absolutamente incapaz de fazer aceitar as suas regras no seu espaço geopolítico imediato, sem falar do Continente, onde o Estado Sul-africano não consegue utilizar os seus recursos de poder, de modo a exercer a sua influência. Eis porque, a África do Sul deve absolutamente privilegiar as conexões que mantém com os grandes Actores económicos para estabelecer o seu estatuto de Potência emergente. São parceiros incontornáveis e, sobretudo, necessários para a projecção dos interesses nacionais à escala regional e multilateral.


Elucidação pertinente e oportuna:
---BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
---BRICSAM: Do inglês, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, membros da ASEAN e México.
---ASEAN (do inglês, Associação de Nações do Sudoeste da Ásia). É formada por dez (10) países, designadamente: Brunei, Cambodja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Miamar, Tailândia, Singapura e Vietname.
---Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul:
O Fórum IBAS – o IBSA – é a sigla para a Índia-Brasil-África do Sul (em português “IBAS”) e Índia-Brasil-South Africa (em inglês “IBSA”). Trata-se de uma iniciativa desenvolvida pela Índia, Brasil e África do Sul para promover a cooperação entre si e com os Países Sul-Sul.
De anotar, enfim, que a partir do Encontro realizado em Junho de 2003 (Brasília), foi lançado o Fórum de Diálogo IBAS (ou IBSA), tendo-se adoptado a “Declaração de Brasília” como o marco fundamental para a existência desse Fórum.

(1)
Associado, muito tempo, à ideia de um Estado pária na Cena Internacional e vítima de uma campanha, visando derrubar o regímen do Apartheid, o estatuto da África do Sul foi radicalmente transformado desde o início da década de 1990.
Na verdade, a República da África do Sul (RSA) é actualmente considerada como o principal leader do Continente Africano e gere uma agenda multilateral complexa, visando construir uma rede de conexões internacionais doutamente articuladas a partir da qual foram reformuladas os eixos da política estrangeira nacional.
Dois factores foram determinantes neste sentido:
--- Por um lado, a chegada ao poder em 1994 do “African National Congress” (ANC) e sobretudo de Nelson MANDELA, o seu chefe histórico intimamente vinculado à luta contra o Apartheid. Com efeito, a sua estatura internacional permitiu a política estrangeira sul-africana obter mais credibilidade e ganhar consideravelmente, em termos de influência, à escala global.
--- Por outro, o fim da “guerra-fria”, transformou provavelmente as conexões de força no seio do sistema internacional, fazendo convergir as estratégias dos principais actores nacionais. Estes estão reconciliados, no quadro de uma política estrangeira activa, visando modificar, de forma radical, o estatuto internacional da África do Sul.

(2)
Estas Evoluções, assaz importantes, no âmbito das cenas Internacional e Nacional, deitaram verdadeiramente, as bases que permitiram à Pretória adoptar um estatuto de Potência emergente no seu discurso e na sua política estrangeira no fim da década de 1990 e, mais especificamente com a chegada ao Poder de Thabo MBEKI, antigo responsável das relações internacionais do ANC, no exílio. O activismo diplomático sul-africano se exprimiu, primeiramente no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) quando o país se alia com outras potências emergentes, aquando dos primeiros Encontros do Ciclo de DOHA, que teve lugar em 2001, com a intenção declarada de tornar as regras de Comércio mais livres para os Países em Desenvolvimento.

Nota: DOHA é a Capital e principal Cidade do Reino de QATAR (também, se escreve Catar e mais raramente, QUATAR ou KATAR), sendo, por seu turno, QATAR, País da Península Arábica.

Todavia, o momento chave ocorre em 2003, aquando do anúncio da formação da IBSA, tríade que a África do Sul forma com o Brasil e a Índia, duas outras potências emergentes cujas as agendas internacionais são similares, sobre vários pontos.
E, aproveitando um contexto favorável, alguns meses mais tarde, Pretória lança a sua famosa estratégia da borboleta a partir da qual se precisa mais a política estrangeira. No quadro desta nova estratégia, visando construir o seu estatuto de potência emergente, se espera a que a borboleta sul-africana… abre as suas grandes asas. A primeira deveria recobrir o Atlântico Sul e encontrar o Brasil, o seu aliado americano, enquanto a outra poderia se estender até à Índia, o seu parceiro asiático e cobrir a região do Oceano Índico, um dos espaços considerados prioritários pela diplomacia sul-africana.
Enfim, para os responsáveis desta nova estratégia internacional, o corpo desta enorme borboleta é constituído pelo Continente Africano, principal ancoragem da estratégia de potência nacional no contexto do pós-guerra fria. O discurso presidencial que acompanha esta nova estratégia é resolutamente africanista, anti-imperialista e integra referências directas no atinente à cooperação Sul-Sul.
Continua…

Lisboa, 12 Outubro 2009
KWAME KONDÉ
(Intelectual/Internacionalista – Cidadão do Mundo).
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OLHA! O PAPÁ CHEGOU!


Motivo de força MAORÍSSIMA obrigou-me a uma ausência súbita e prolongada na Ilha do Fogo, Cabo Verde; sem tempo, mas também sem acesso seguro e estável à Net que me permitisse alertar de lá os meus amigos leitores para o facto.

Nem que usasse agora todas as palavras do dicionário conseguiria desculpar-me convenientemente desta falta, sobretudo para com Kwame Condé de quem ficou em banho-maria uma “Elucubração” há quase um mês. Fica aqui a minha penitência pelo sucedido.
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